
Tornou-se mestre do Balliol College (1360), em Oxford, mas ordenou-se e renunciou ao cargo para exercer a função de vigário de Fillingham (1361). Dois anos depois voltou para estudar em Oxford (1363), bacharelou-se em teologia (1365) e recebeu o grau de doutor em teologia (1372). Tornou-se professor de teologia e Reitor de Lutterworth, Leicestershire (1374), nomeado por Eduardo III. Considerado precursor das reformas religiosas que sacudiram a Europa nos séculos XV e XVI, questionava a autoridade do papa, na época Gregório XI, e do clero. Neste período também destacou-se defendendo a devolução dos bens eclesiásticos ao poder temporal encarnado pelo soberano, ganhando reputação de patriota e reformista. Pregando a incompatibilidade entre várias normas do clero e os ensinos de Jesus e seus apóstolos, afirmava que havia um grande contraste entre o que a Igreja era e o que deveria ser, por isso defendia reformas. No mesmo ano (1374) foi comissionado para integrar o grupo que discutia com representantes do papa Gregório XI as diferenças entre a Inglaterra e Roma, como a questão dos provisores, o direito papal de preencher os cargos eclesiásticos por nomeação e as taxas papais. Em um dos seus importantes tratados (1379), negava a presença de Cristo na Eucaristia, além da eficácia dos sacramentos, e rejeitava os ritos.
Defendeu de público a fracassada insurreição camponesa (1381), mas ele escapou da prisão graças ao prestígio junto ao povo e aos intelectuais de Oxford. Em seguida retirou-se para a paróquia de Lutterworth, Leicestershire, onde morreu três anos depois, aos 64 anos, no último dia do ano (1384). Todas as suas obras foram proibidas e o Concílio de Constança (1415) condenou oficialmente as idéias do teólogo. Escreveu inicialmente obras de natureza filosófica como De ideis e Tractatus de logica e de política-religiosa tais como De dominio divino libri tres, Tractatus de civili dominio, De Ecclesia, De officio regis e De protestate papae. Trabalhou na primeira tradução da Bíblia para o idioma inglês, que ficou conhecida como a Bíblia de Wycliffe. Suas idéias, no entanto, encontraram continuidade na tradição lolardista britânica e no movimento hussita da Boêmia, que as transmitiram de forma indireta aos teólogos da Reforma.
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